Mais um ano que passa e mais do que nunca precisamos falar sobre o glaucoma, um dos maiores causadores da cegueira no Brasil e no mundo. Os dados são alarmantes: segundo uma pesquisa recente do Ibope, 53% dos brasileiros não sabem que a doença é uma das principais causadoras da perda irreversível da visão. O levantamento também mostrou que 47% da população do país nem sabe o que é o glaucoma. É por conta dessas estimativas nada promissoras que campanhas de conscientização e combate à condição, como o Maio Verde (iniciativa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia – CBO e Sociedade Brasileira de Glaucoma – SBG) se fazem tão necessárias.
Geralmente o glaucoma afeta a visão periférica, mas com a evolução da doença a pessoa passa a enxergar como se estivesse olhando por um tubo bem fino (visão tubular) até perder a visão central, levando à cegueira total e definitiva. O problema é que além do desconhecimento da população, muitas vezes a doença passa despercebida nos seus estágios iniciais, levando a uma evolução da gravidade do caso. É por isso que os oftalmologistas têm se empenhado tanto em falar sobre o assunto e incentivar cada vez mais a realização dos exames de rotina.
A única forma de prevenção da doença é o diagnóstico precoce, por isso não se deve deixar para depois as visitas regulares ao médico. A partir dos 40 anos de idade, a prevalência de glaucoma na população se torna ainda maior e o ideal é não passar mais do que 3 anos sem fazer um check-up.
Se você tiver fatores de risco conhecidos para glaucoma (irmão, pai, mãe portador de glaucoma; miopia; alto grau de hipermetropia; uso crônico de corticoides; idade acima de 60 anos), o ideal é fazer avaliações oftalmológicas anuais. A conclusão é de que a população costuma conhecer determinadas doenças mais graves, como o câncer. Entretanto, doenças oftalmológicas não ganham tanta atenção, já que ainda ouvimos falar de pessoas adultas que nunca foram ao oftalmologista.
O Maio Verde, fazendo referência a cor da Sociedade Brasileira de Glaucoma, é uma iniciativa que precisa ser muito valorizada para tentarmos reverter todos os danos que essa condição tem causado à saúde ocular dos brasileiros.
Dra. Paula Gross – Oftalmologista
CRM: 24292
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