Confira o passo a passo para obter uma Placa Preta autêntica e entenda como ela valoriza o veículo antigo

Estão aptos todos os automóveis, motos, ônibus e caminhões fabricados há 30 anos ou mais e que atinjam um mínimo de 80 pontos na vistoria de originalidade

Charmosa e estilosa, a Placa Preta é bastante desejada entre os colecionadores de veículos antigos. Além de conferir a originalidade, também valoriza o modelo no momento de uma eventual revenda. A boa notícia é que o processo para obtê-la é mais rápido do que muitos imaginam. Confira o passo a passo e evite dores de cabeça com o serviço oferecido por entidades não-credenciadas.

 

Antes de mais nada, é preciso ressaltar que a Placa Preta para veículos antigos é diferente daquela utilizada por veículos oficiais, como prefeituras, pois identifica um exemplar de coleção. Para consegui-la, é necessário que o automóvel, moto, ônibus ou caminhão tenha sido fabricado há 30 anos ou mais, esteja em bom estado de conservação e atinja um mínimo de 80 pontos na vistoria de originalidade. “O primeiro passo é filiar-se a um clube, que é o responsável por informar anualmente à Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) sobre os Certificados de Veículo de Coleção (CVCOL) expedidos, mantendo obrigatoriamente um cadastro de associados e suas Placas Pretas”, explica Diogo Boos, presidente da Associação Brasileira de Colecionadores de Veículos Antigos (TopClassic). A segunda etapa é agendar a vistoria com o clube. “Nós temos um importante diferencial: realizamos uma pré-vistoria sem compromisso para informar o proprietário se o veículo atingirá o mínimo de 80 pontos na vistoria ou se necessitará realizar adequações para ficar dentro dos padrões exigidos”, reforça Diogo.

Depois da aprovação, o proprietário leva o veículo ao centro de registro de veículos do Detran do seu Estado para efetivar a mudança de categoria, pagando as respectivas taxas e colocando a Placa Preta. Todo esse processo costuma ser rápido, levando em média 48 horas.

 

Depois de obtida, a Placa Preta tem validade de 5 anos, a contar da data de expedição. Após esse período, o veículo deverá passar por uma nova vistoria com a finalidade de constatar se ainda está dentro do mínimo de 80 pontos de originalidade. Ao contrário do que alguns supõem, o carro com Placa Preta pode rodar normalmente em qualquer dia da semana e paga pedágio como todos os demais. Já o IPVA pode variar de Estado para Estado, mas no Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, por exemplo, todos os carros com mais de 20 anos estão isentos do imposto, abrangendo automaticamente, dessa forma, os veículos com Placa Preta, que têm 30 anos ou mais. Em Santa Catarina, apenas carros com mais de 30 anos não pagam IPVA e, em Minas Gerais, têm isenção total apenas os veículos com Placa Preta ou com valor histórico comprovado.

“Selo de qualidade”

Os apaixonados não têm dúvida: a Placa Preta é um importante selo de qualidade para o veículo, garantindo sua originalidade. O restaurador de carros João Carlos Führ, de 52 anos, tem três modelos com esse diferencial: um Fusca 1973, uma Brasilia 1975 e um Fusca 1986. Outros quatro carros antigos que ele mantém na garagem estão apenas aguardando o “aniversário de 30 anos” para o encaminhamento da documentação. “A Placa Preta sempre foi um sonho. É um grande orgulho para qualquer colecionador”, garante o morador de Estância Velha.

O auxiliar administrativo Lucas Premaor, 26 anos, cresceu em meio aos carros e encontros de veículos antigos. Após a morte do pai, Daniel Premaor, é ele quem cuida do Chevrolet Bel Air 1957, do Fusca 1983 e da Brasilia 1978, todos com placa preta. “Carro com Placa Preta chama mais a atenção e é sinônimo de veículo bem conservado”, opina Lucas.

 

Valorização na hora da revenda

O comerciante Adilson da Rosa Pinto, 45 anos, de Novo Hamburgo, transformou a paixão por veículos antigos em um negócio rentável e garante: um carro pode valorizar entre 20% e 30% se tiver a Placa Preta. “Além disso, tem chances de vender muito mais rápido em relação a um modelo idêntico e no mesmo estado de conservação, mas com as placas tradicionais”, constata. Vale ressaltar que a Placa Preta é um item adicional que reforça o bom estado de conservação do carro.

Por fim, caso algum veículo venha a colidir em um carro antigo e acione o seu seguro para terceiros, a Placa Preta é um importante argumento para reivindicar o pagamento do valor real do carro, que costuma ser muito acima da Tabela Fipe. Exemplo: um Chevrolet Opala Comodoro SLE 4.1 ano 1990 está cotado em R$ 35 mil pela Fipe, mas seu valor real de mercado facilmente ultrapassa os R$ 50 mil, podendo chegar a R$ 70 mil ou R$ 80 mil, dependendo da configuração de cada carro.

 

Cuidados com a “Placa Treta”

Para evitar aborrecimentos, é preciso ter em mente que despachantes não podem fornecer a Placa Preta, apenas clubes de carros antigos devidamente credenciados pela Senatran. O despachante pode apenas indicar um clube de sua confiança para a vistoria e, após, realizar o encaminhamento ao Detran para efetivar a Placa Preta. Conforme Diogo, é preciso redobrar os cuidados com entidades não-credenciadas que oferecem a Placa Preta irregular, chamada popularmente de “Placa Treta”, que vai gerar uma série de problemas legais ao proprietário do veículo antigo. Há entidades mal-intencionadas que chegam ao cúmulo de realizar vistoria a distância, o que é proibido. Resultado: carros sem qualquer condição de passar em uma vistoria séria acabam recebendo indevidamente a licença. Situações assim motivaram, inclusive, a Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA) a abrir um canal de denúncias em seu site, por meio de formulário específico. Depois de verificadas, as denúncias são encaminhadas à Senatran. “Placa Preta não se compra, se conquista”, observa Diogo.

Importante ressaltar que veículos antigos rebaixados e tunados não podem receber a Placa Preta, mas podem encaminhar a Placa de Veículo Modificado, que tem fundo branco e caracteres na cor prata. Basta fazer vistoria junto ao Detran para solicitar o Certificado de Segurança Veicular (CSV) no documento. Para destacar carros dessa modalidade, o TopClassic fornece uma moldura de placa com a inscrição Veículo de Coleção.

 

SOBRE O TOPCLASSIC

Filiada à Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), a Associação Brasileira de Colecionadores de Veículos Antigos (TopClassic Veículos Antigos) foi oficialmente criada em 26 de agosto de 2014 e tem sua sede em Novo Hamburgo. A entidade atualmente tem mais de 500 sócios em Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, destacando-se em nível nacional ao auxiliar colecionadores na obtenção da tão sonhada Placa Preta. Para isso, conta com vistoriadores devidamente qualificados em diversas regiões. Contatos podem ser feitos pelo e-mail topclassic@topclassic.com.br e WhatsApp (51) 99400-5980.